Meu amor, gostava de estar ao pé de ti e conseguir dizer-te o quanto as tuas palavras me tocam, mas escrever é bem mais fácil. Em menos de uma semana deste-me aquela carta, que eu reli várias vezes em Amesterdão quando me senti sozinha e agora mais uma surpresa no teu blog.
Quero esquecer o tic-tac e pensar apenas que vamos aproveitar bem o pouco tempo que nos resta. Há dias em que acho que já nada me prende aqui e que não será assim tão mau partir. Mas depois, de cada vez que olho para ti, só me apetece ficar e partilhar contigo tudo, tudo, tudo. Tudo o que está para vir.
Não me condenes por me deixar consumir por coisas que me fazem mal.
Eu quero que saibas que se não te tivesse tido nestes últimos dois anos,
Talvez tivessem sido dois anos sem histórias minhas para contar.
Os meus segredos, acabariam por me matar,
Se não pudesse partilhar muitos deles contigo.
Sei que um dia,
Hei-de gritar-te os que faltam, um por um,
Sem medo.
Porque sei que me vou poder agarrar a ti e que entenderás tudo.
Tu és, meu amor,
Quem me faz acreditar que até no mundo mais triste há sempre alguém para nos salvar.
Afirmo, com toda a sinceridade
Que te amo e juro, juro por tudo, que nunca me fizeste mal.
Gosto da forma como me consomes
E conferes algum sentido à minha existência,
Tornando-a menos insuportável.
A mim basta-me um sorriso teu, S.
Há dias em que coisa alguma, para além dessa, me devolve o meu.