domingo, 29 de novembro de 2009
E ao voltar a lembrar-te,
Mesmo que em sonhos,
Porque de não fumar,
Voltei a fixar os sonhos
E a sentir-me estranha
De manhã, ao acordar,
Percebi que só te amei
Depois de te ter amado,
Porque sempre soube
Que ser a dois
É tão mais fácil.
Não há droga, nem hábito,
Nem rotina, nem nada,
Que substitua a sensação
De nunca se estar sozinho,
Por se estar em alguém.
Pena é que do amor à loucura
Seja um passo pequenino.
É que há os que amam,
E os que fazem por isso,
Só porque não sabem ser,
Sozinhos.
Hoje percebi também,
Que antes de ti, e mesmo
Enquanto estiveste em mim
E eu em ti, eu tinha amor
Para dar, para partilhar.
E sabia ser, sem ti,
Sem ninguém. Ser só eu.
Depois de ti, transformei-me.
Em ti, em toda a gente.
Com a simples diferença
De não saber inventar o amor.
Então ainda aqui estou,
Sozinha, sem nada ser,
Porque para mim agora,
até ser a dois é difícil.