terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Drogas, é tão bom tomá-las
E poder simplesmente ouvir
Os sons, os ruídos, as falas
Sem saber o que se está a sentir.

Não se perde tempo a pensar
Sobre o absurdo da realidade.
Apenas se tenta alcançar
O que em nós é verdade.

E tudo parece estranhamente
Simples, puro, tão natural.
E é então que, inconscientemente,
Se atinge um bem-estar geral.

Deixam-se de lado as más emoções
Porque pouco importa o que passou
E atormentou os nossos corações.
Só importa o que sou e onde estou.

Poderão existir aspectos negativos,
Mas a mim cabe-me apenas desfrutar
Dos intensos momentos imaginativos
Que a mente está a experienciar.

E deixar para trás o que fui contigo
E o que haveria de ser um dia.
Estou bem, tenho as drogas comigo
E aos poucos, deixo de sentir melancolia.

Esqueço-me do que outrora foi importante
Porque elas me permitem ter um presente.
Um presente vácuo, talvez inconstante.
Mas onde a raiva é inexistente e a dor não se sente.