sábado, 5 de janeiro de 2008

pas de promesse à l'éternel

Eram tão doces as manhãs de sábado passadas na tua cama,
os nossos corpos aconchegados um no outro. O teu quarto tinha aquele cheiro de que não me recordo mas que reconheceria perfeitamente caso me deparasse com ele, cheirava a ti. Eu é que não me deparo contigo há muito tempo, tu foges.
Lembro-me tão bem de repetires vezes sem conta, que poderias morrer ali, naquela cama comigo, porque morrerias feliz. Éramos tão crianças, não éramos amor? Mas eu gostava tanto, tanto de ti. E dizia que sim, que poderíamos morrer ali naquele momento.
Foram tantas as vezes que conversámos sobre a nossa vida futura. Os nossos bebés, a nossa casa, as nossas viagens... E eu queria que o tempo parasse, para poder ficar ali contigo o tempo que quisesse, mas antes do almoço tinha sempre que deixar-te. Ficavas à varanda a dizer-me adeus e a mandar-me mensagens a dizer que me amavas, até que eu desaparecesse escondida pelos primeiros prédios daquela subida que eu só gostava de fazer depois de ter estado contigo. Agora faço-a todos os dias arrastando os pés e desejando que o cigarro dure até ao final da rua, para não me sentir sozinha. E o pior, é que já te vi naquela tua varanda a fazeres a outra pessoa o que fazias comigo.
À noite, quando te deitavas, dizias que a tua cama cheirava a mim e eu ficava contente. Sentia-me tão amada e parecias ser tão feliz comigo, que mais nada importava.

Não deverias, nunca, ter-me prometido que seria para sempre.
Se soubesses como são amargas agora, as minhas manhãs de sábado...