Poderia limitar-me a dizer que custa, que dói, que corrói, que magoa, que destrói. De cada vez que te olho nos olhos e tu desvias os teus, como se tivesses presente a ideia de que te quero afectar, afligir, incomodar.
Mas não. Não só custa, dói, corrói, magoa e destrói, como também não te quero afectar, afligir nem incomodar.
Mata.
E tudo o que eu quero quando te olho nos olhos, é tentar perceber o porquê dessa tua indiferença, dessa tua atitude que não é a mesma que um dia antes foi, dessa tua ausência da lembrança de momentos intensos e inesquecíveis vividos anteriormente (numa outra vida, talvez).
E pensar que tudo aconteceu antes do sonho. Primeiro sonha-se, depois deseja-se que o sonho se torne realidade. Comigo não. Tive, senti, vivi a realidade. Agora sonho.
Tudo, porque o caminho mais fácil foi o que decidiste seguir.
Sabes, é a simplicidade dos sentidos dos nossos corpos. Porém, é também a complexidade da vaidade das nossas mentes.