Vou ao teu encontro meu amor.
Vou ao teu encontro na esperança
de que amor baste a este nada
que vem tomando conta de mim
e de tudo o que é à minha volta.
Vou ao teu encontro porque vejo
no teu sorriso aquilo que gostava
de ver em toda a gente
ou aquilo que toda a gente devia
ter para dar.
Do que eu gostava mesmo
era de ser eu com toda a gente
como sou contigo ou então apenas
como sou comigo quando estou
contigo.
Resumido, sabe bem estar contigo.
Mas são efémeros os momentos
são inúteis as palavras
são incontroláveis as emoções
serão sempre as horas de solidão.
És tu em mim e eu sem ti, sempre
e não há nada que eu possa fazer
para não me deixar cair no vazio
mais uma vez.
São as àrvores ainda despidas
e o céu que teima em estar cinzento
e a inércia que toma conta de mim
incapacita-me à comunicação com
os outros.
Com os outros e comigo mesma.
Já nem a vontade de escrever
Já nem a necessidade de sentir
Já nem sequer qualquer interesse
Já nem nada apetece.
Primavera chega depressa,
Que eu já não aguento estar morta.