Num instante apenas, o sorriso de orelha-a-orelha, o olhar profundo, a textura aveludada da pele e a brisa suave da respiração desaparecem para dar lugar a um monstro de dimensões enormes, pronto a atacar. Tudo o que não se sabia, sabe-se agora. Segredos que permaneceram tranquilos no interior de alguém deambulam agora à superfície do oceano até chegarem a mim, permitindo-me conhecer um pouco mais do pescador que os guardou. E é então que tudo o que eu não entendia antes, começa a fazer todo o sentido. É só encaixar as peças do puzzle do terror que me foi destinado. Vezes sem conta.
Será que vale a pena continuar a acreditar na bondade dos outros? Por mais que eu tente fugir à realidade, tenho que aceitar a terrível verdade. As pessoas más existem. Porque é que eu insisto em mantê-las perto de mim, mesmo depois de todo o mal que me fazem? Talvez a solução passe por tirar umas férias desta gente.