quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Francisco

Poderias ser o homem da minha vida, neste momento. Não o és, porque não queres, porque não sabes dar aos outros sem, primeiramente, pensares em ti, na tua satisfação pessoal.
Em muitos aspectos, és igual a mim. Gostas de ver séries e filmes, fumas ganzas, consideras-te inteligente, sabes escrever, és um idealista que prefere excluir a realidade e achar que tudo tem que acontecer como tu o planeaste, vives com aquele a que eu gosto de chamar de síndroma do dependente da depressão.
Mas tu exageras em tudo isso e eu não. E acho que é por isso que tantas vezes nos desentendemos. O facto de achares que és mais inteligente do que eu e que tens sempre razão, tira-me simplesmente do sério. E as tuas teorias machistas só me fazem querer bater-te até abrires essa mente que é tão à frente para algumas coisas e tão retrógrada para outras. Eu gosto mesmo de ti. Não te quero mudar, porque não tenho esse direito, mas tu podes mudar e acho que devias fazê-lo. Sou tua amiga, como poucos o serão e sei que esta nossa relação durará para além da adolescência, para lá da distância, independentemente de tudo o que esteja para vir e atravessar-se nas nossas vidas. Porque uma pessoa interessante como tu nesta cidade, nunca encontrei. Mas és homem. E pensas demasiado com a cabecinha de baixo. Para além de achares que amas. Esqueceste-te de que apenas alguns homens têm a capacidade de amar e esta só se demonstra depois de uma certa idade. Tu ainda não a atingiste, mas quando atingires talvez eu esteja à espera, para te congratular. Porque tu vais ser dos que amam, só não devias era querer viver tudo agora e amar sem teres capacidade para isso.