Reina a paz em todo o lado e o silêncio pela casa
Pois que todo o lado sou eu e a casa está vazia
Enquanto o sol entra pela janela não bem fechada
Mas pouco aberta que o medo é eterno companheiro.
Reina a paz onde a música embala e os maiores sonhos
São o prato do dia sobre uma mesa algures suspensa
No meio da casa que afinal não está vazia, mas podia
Porque ao sair de casa esse balde de água fria que cega
Mas não mata ou que se mata deixa cá ficar na vida.
E as gargalhadas que ninguém ouve num suspiro inerte
Como que uma valsa com a loucura que se passeia na casa
E que se despede assim que o tambor dá o último grito
Porque o tédio está à espera logo ao virar de cada esquina
Dessas ruas mais cinzentas onde caem bombas silenciosas
Em cima de transeuntes que de já mortos não as sentem
E que continuam presos na sua marcha para não sei onde.
Onde fica não sei onde? O que existe lá para ser visto?
Reina a paz em todo o lado que não é nada e que o sabe
Mas que busca um não sei onde que não fica não sei onde.
Fica para lá do que se vê mas num tempo em que se sente
Onde a solidão é uma fotografia esquecida num armário
E o amor é um ponteiro de um relógio que não se cansa
De dar voltas e mais voltas a cada minuto e hora e dia.
Reina a paz em todo o lado as paredes da casa já não são
E as janelas são apenas vidros espalhados por todo o chão
É a dor a tomar forma e a gritar em vão para todo o lado
Porque reina a paz em todo o lado e não sei onde é já ali.
quinta-feira, 4 de março de 2010
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