
Se eu não sentisse dor, não escreveria. Ninguém conseguiria escrever uma obra, ninguém seria capaz de compor uma música. A arte simplesmente não se criaria.
Se a dor não existisse, não perderíamos tempo a escrever ou a compor, porque não iríamos precisar de exteriorizar sentimentos que nos destroem, sem dor dificilmente haveria destruição. E dos sentimentos que nos preenchem não vale se quer a pena falar, porque esses gostamos de mantê-los cá dentro, de usá-los para aquecermos as nossas almas.
Aprendi a carregar a minha dor através da escrita, porque não me atrevo a falar dela e penso demasiado nela para querer escondê-la. A minha dor é parte de mim. A minha dor é real. E sei que só me libertarei desta minha dor, quando morrer.
Será por saber que me verei livre dela, que não quero morrer?
- Tu sabes que é, afirma a vozinha quase inaudível do meu consciente (utópico).